Café-da-Manhã

Independente do nome pelo qual é conhecido, mandioca, macaxeira ou aimpim é sempre uma boa opção matinal. Tanto a variedade mais comum quanto o preferido aimpim-manteiga, amarelinho, de sabor levemente adocicado e textura cremosa, dispensam qualquer complemento. Entretanto, ficam ainda mais saborosos quando acompanhados de ovos, carnes ou queijos (para os vegetarianos).

Muitos são aqueles que saem de manhã sem tomar café. Lá em casa, é um pecado, pois a primeira refeição é coisa sagrada e por mais simples que seja, há que sentar-se com calma para começar bem o dia. Se tempo houver, ainda convém ler o jornal para estar bem-informado.

Picadinho de Repolho Indiano

Mais uma receitinha de minha sogra. Há duas versões, a outra leva coco fresco ralado, que não tem boa reputação aqui em termos de saúde, por isso só faço de vem em quando. Essa é a mais simples, parece com o refogadinho de espinafre que mencionei anteriormente. Na verdade, as possibilidades de variação e combinação de verduras são ilimitadas. Eu, por exemplo, gosto de acrescentar ervilhas, meu marido detesta, mas como diz meu pai, "gosto não se discute, pois cada cabeça é um mundo".



Picadinho de Repolho Indiano


1 1/2 xícara (chá) de repolho picadinho ou em tirinhas finas(como preferir)
1/2 xícara (chá) de ervilhas frescas ou congeladas aferventadas (opcional)
1 cebola grande picadinha 1/2 colher (chá) de gengibre ralado
Pimenta malagueta picadinha ou pimenta vermelha a gosto (conforme a tolerância)
1/4 colher (chá) de açafrão-da-terra (cúrcuma) em pó
1/4 colher (chá) de sementes de mostarda preta
1/2 colher (chá) de cominho em pó ou as sementes torradas
Folhas de curry (opcional)
Sal a gosto
Óleo de sua preferência

Aqueça um pouquinho de óleo e adicione as sementes de mostarda. Quando começarem a pipocar, junte as folhas de curry (se estiver usando) e depois, a cebola picada, mexendo até dourar bem. Adicione a pimenta malagueta e o gengibre ralado. A seguir, acrescente, o açafrão-da-terra, o cominho (se estiver usando pimenta vermelha em pó coloque agora), misturando sempre em fogo baixo por uns 30 segundos. Aumente o fogo e adicione o repolho e o sal. Mexa constantemente para não juntar líquido. Adicione as ervilhas e cozinhe até que o repolho esteja no ponto desejado (alguns preferem mais "al dente", outros gostam dele mais molinho).

Bolinho de Nutella


Segundo li aqui, sobremesas com Nutella andaram na moda e como eu só conhecia o tal creme de avelã com chocolate de nome, me animei para fazer esses bolinhos que causaram muito frisson na "blogosfera" há algum tempo atrás. Tudo começou quando Nic substituiu pasta de amendoim por Nutella na receita original de Donna Hay, da qual eu nunca tinha ouvido falar até então, e aí o povo endoideceu...

Bolinhos de Nutella
12 unidades

100 g de manteiga, em temperatura ambiente
3/4 xícara (chá de açúcar
3 ovos
1 vagem de baunilha (isso foi coisa minha, a receita original pede 1/2 colher (chá) do extrato)
1 3/4 xícara (200g) de farinha de trigo peneirada
2 colheres (chá) de fermento
Nutella

Aqueça o forno 180 C (325 F). Misture a manteiga com o açúcar até formar um creme esbranquiçado (mais ou menos dois minutos). Abra a vagem de baunilha no sentido do comprimento e raspe o conteúdo com uma faca. Agregue à mistura. Adicione os ovos, um de cada vez, batendo até incorporar. Não se preocupe se a massa ainda não estiver lisinha. Junte a farinha e fermento aos poucos e continue misturando até que massa fique uniforme. Coloque em forminhas untadas e polvilhadas, ou contendo forminhas de papel apropriadas. Não encha muito, aproximadamente 3/4 da forma, deixando espaço para que cresçam. Coloque cerca de 1 1/2 colher (chá) de Nutella em cada uma e com um palitinho faça movimentos concêntricos, espalhando a Nutella e acomodando a massa ao mesmo tempo. Asse por 20 min.

Meu Prato Favorito

Meu caso de amor com cozido vem de longe. Data dos primórdios tempos da papinha e até hoje, quando chego em casa, é a primeira refeição a me esperar. O prato completo é farto, contém diversas carnes e defumados, uma infinidade de hortaliças e, como feijoada, rende muito. Seu complemento ideal é pirão, feito com o caldo do cozimento e farinha de mandioca de boa qualidade, requisito essencial para conseguir a consistência lisinha, aveludada e perfeita. Há quem prefira não abrir mão do bom e velho arroz que, nesse caso, deve ser mais ligado e não tão soltinho, para harmonizar com a textura macia dos legumes.

Tencionando participar do evento "Comidas da Memória" do Trem Bom, consultei minha mãe sobre a receita. Contudo, ela prontamente ressaltou que no cozido, o segredo está na maneira de fazer e não propriamente na receita exata. As quantidades dependem do tamanho do cozido e "...cada qual tempera a mais ou a menos, conforme o gosto.", salientou.

Então, lá vai...


Cozido à Moda lá de Casa

Carnes variadas: secas, salgadas, defumadas e frescas (lombinho, paio, chouriça, lingüíça portuguesa, costelinha defumada, músculo e outras)

Legumes diversos: abóbora, batatinha, aipim, batata doce, cenoura, chuchu, milho verde(espigas), bananas-da-terra, repolho, couve, quiabo, jiló etc. (De tudo, um pouco)

Temperos: cebola, alho, tomates, pimentão verde, folhas de hortelã miúdo, sal, pimenta-do-reino, cuminho, extrato de tomate, vinagre, folha de louro

Azeite doce ou óleo de sua preferência
Farinha de mandioca
(o ideal é copioba de Nazaré das Farinhas, mas pra mim aqui, só em sonho)

Modo de preparar:

Em um prato de tempero ou pilão, bata cebolas picada, dentes de alho amassados, tomates sem pele ou sementes picados, o pimentão picado, folhas de hortelã miúdo picadinhas, pouco sal, pimenta-do-reino, cuminho, pouca quantidade de extrato de tomate (muito pouco mesmo, só para dar uma corzinha) e um pouquinho de vinagre (lá em casa gostamos, mas é opcional). Deixe a carne fresca, previamente limpa e cortada (pedaços grandes), de molho nessa mistura por alguma horas. Coloque as carnes salgadas em água fria para tirar o sal (geralmente deixamos da noite pro dia). Troque a água e leve ao fogo sem deixar ferver. Escorra a água e repita esse procedimento uma vez mais. Reserve.

Em uma panela bem grande, coloque azeite doce, ou se estiver incluindo toucinho defumado(bacon), não precisa usar óleo. É só cortar o bacon em pedacinhos, reduzir o fogo, mexer sempre, e deixar que o calor da panela faça o resto. Acrescente, a carne fresca e todo o tempero batido, refogue bem até secar. Não tenha pressa, é necessário secar bem. A seguir, junte todas as outras carnes e deixe refogar mais, mexendo sempre. Adicione boa quantidade de água quente (o dobro do volume ou mais) e uma folhinha de louro, cozinhe até as carnes começarem a amolecer. Retire o paio e as lingüíças antes, deixando que as outras carnes cozinhem mais. Quando todas estiverem macias, deve-se ajustar o sal, se necessário, e colocar os legumes em camadas, obedecendo à seqüência dos mais duros primeiro: cenoura, batatinha, batata doce, milho verde, aimpim, chuchu, banana da terra, abóbora, quiabos, por último sempre o repolho cortado ao meio ou desfolhado e as folhas de couve limpas e escorridas. Tampe a panela completamente, reduza o fogo e deixe cozinhar assim abafadinho. Após algum tempo, remova as folhas,com cuidado e verifique se as verduras estão boas. Quando todas estiverem prontas, no ponto desejado(alguns preferem mais firmes, outros mais molinhas), retire-as, com cuidado, separando-as em uma travessa. Coloque as carnes em outra travessa. Se necessário, deixe o caldo cozinhar mais tempo para reduzir e prepare o pirão somente na hora de servir.

Pirão
Coloque o caldo que sobrou na panela em fogo brando e vá polvilhando a farinha de mandioca, até obter a consistência desejada. O pirão sempre tende a engrossar um pouco mais depois de pronto. Sirva imediatamente.


Ficarei devendo a foto do pirão. Ainda não encontrei farinha por aqui. Se alguém souber, por favor, me informe.

Coisas do Brasil

Àqueles que ainda não tiveram o prazer, apresento o Guaraná Jesus, o sonho cor-de-rosa, preferido pelas multidões que já conhecem...


Foto gentilmente cedida por Ju Zara.

Ontem, soube que a Coca-Cola comprou o Guaraná Jesus e fiquei a imaginar propagandas e piadas criativas e bem-humoradas que surgirão se, no futuro, o produto vier a ser distribuído nacionalmente. Já pensou? A imagem que não me sai da cabeça é o vendedor ambulante na praia a gritar: "Jesus geladinho, a bebida sagrada. Vai um aê?"

Acessórios Indispensáveis

Engraçado como certas coisinhas se tornam fundamentais da noite pro dia. Pra mim, aqui, foi o secador de salada, pois nada mais desapetitoso do que comer alface encharcado.

Experimentos

Lá em casa, nenhuma festividade, estaria completa sem pão delícia. Pãezinhos leves como nuvens, que dissolvem na boca tal qual algodão-doce. Muito saborosos, são polvilhados com queijo ralado e generosamente dispostos em cascata, acompanhando frios, patês e geléias, mas até sozinhos são divinos. Infelizmente, minhas tentativas de recriar essa maravilha, não têm sido bem-sucedidas. Ainda não consegui uma receita infalível que reproduza com fidelidade a textura suave e cremosa dos originais. Mas, vou continuar tentando...

Pãozinho Delícia
1 envelope de fermento biológico
1 xícara (chá) de açúcar
1 kg de farinha de trigo
3 xícaras (chá) de leite morno
3 ovos
1 colher (sopa) de sal
½ xícara (chá) de óleo de sua preferência
1 colher (sopa) de manteiga
100 g de manteiga derretida e 100 g de queijo ralado para polvilhar

Prepare o fermento conforme as instruções da embalagem, lembrando de reduzir a quantidade de leite conforme a quantidade de água utilizada na preparação. Agregue aos demais ingredientes em uma tigela e junte a farinha. Misture bem com colher de pau, ou batedeira até que fique consistente. Em superfície lisa, trabalhe a massa. Depois, cubra e descanse por 30 minutos. Divida a massa em 60 porções. Com as mãos sempre bem untadas, modele os pãezinhos em formato redondo ou oval. Coloque-os em assadeira untada e polvilhada com farinha. Cubra novamente e descanse por 1 1/2 hora ou até dobrarem de volume. Asse em forno preaquecido (200ºC), por cerca 15 minutos ou até dourarem levemente. Retire do forno e deixe amornar. Pincele cada pãozinho com a manteiga derretida e polvilhe com o queijo ralado.

Versátil


Antigamente, se alguém me perguntasse sobre ítens que não poderiam faltar aqui em casa, a resposta imediata seria creme de leite, aquele de latinha, e leite condensado. Hoje em dia, em virtude das restrições alimentares, diria iogurte. Sua versatilidade e benefícios para saúde são indiscutíveis e como já mencionou Dadivosa, é tão fácil de fazer, sem precisar de nenhum aparato sofisticado. Certa ocasião, diante da indisponibilidade de leite natural, obtive resultados satisfatórios usando leite desnatado em pó dissolvido.

Simplicidade

Morango é mesmo uma frutinha charmosa. Aquela cor vibrante e aroma sedutor são difíceis de resistir. O sabor, no entanto, nem sempre me agradava pois aquele azedinho característico, às vezes, tende a ser acentuado. Aí aprendi que a acidez do vinagre balsâmico é a solução ideal para o problema. Os dois formam o par perfeito, desde que se use um balsâmico de boa qualidade, mais suave.

Jambalaia de Couscous

Eu geralmente não assisto televisão. Na verdade, nem possuiria um televisor, se não fosse pelo marido. Mas, como ele é apaixonado por um controle remoto e eu por ele, já viu. Por coincidência, aprendi esse prato no programa de Emeril Lagasse, chef descendente de portugueses, famoso pelas bandas de cá. A textura de couscous me lembra farofa, que eu me criei comendo e que sinto tanta falta por aqui. Os condimentos e temperos agradaram ao paladar do marido que pediu mais, uma raridade. Por causa de minhas restrições alimentares, não coloquei camarão, como pedia a receita, mas mesmo assim ficou legal.

Comida da Alma

Meu marido é uma dessas pessoas que comem pra viver e que não têm o mínimo fascínio por comida. Adepto da meditação, que alimenta a alma, ele prefere refeições vegetarianas e mais leves. Vez por outra, então, preparo receitas simples do cardápio de minha sogra, como refogadinho de espinafre e lentilhas amarelas ao estilo indiano. Me encanta ver o sorriso façeiro e o ar de contentamento com que sempre me pergunta: "Receita de Mommy?"

“Comida da alma é aquela que consola, que escorre garganta abaixo, quase sem precisar ser mastigada... Dá segurança, enche o estômago, conforta a alma, lembra a infância e o costume...”

Nina Horta

Refogadinho de Espinafre Indiano (Thoran)

1 colher (sopa) de óleo

1 cebola picadinha

1 colher (sopa) de sementes de mostarda preta

1/2 colher (chá) de gengibre fresco ralado

1 pimentinha picadinha ou pimenta vermelha em pó

1/2 colher (chá) de açafrão-da-terra em pó

Espinafre fresco ou congelado picadinho

Sal a gosto

Aqueça o óleo em uma panela e coloque as semente de mostarda. quando pipocarem, acrescente a cebola e deixe dourar. Agregue os condimentos, sal a gosto e mexa por uns segundos. Junte o espinafre, misture e cozinhe em fogo baixo, tampado até que murche.

Lassi de Manga

Lu está buscando sugestões para reciclar e aproveitar alimentos, evitando desperdícios. Minha idéia foi preparar uma bebida indiana feita com iogurte. O lassi mais tradicional leva especiarias e sal. Eu gosto da versão doce com manga, já meu marido prefere o de pistache. A consistência vai conforme o gosto do freguês. Alguns adicionam água e gelo, outros leite e por aí vai.

Engraçado, que segundo minha família, a combinação de manga com leite e seus derivados não é saudável mas na Índia, lassi de manga é uma das bebidas mais populares. Aquelas famosas diferenças culturais...

Quando não encontro mangas frescas e maduras, uso polpa congelada ou, como último recurso, a enlatada.

Merendinha

Aqui as bananas amadurecem tão rápido que é preciso consumí-las logo ou utilizá-las de outras maneiras, se amadurecem demais. Como gosto de preparar iguarias criativas para merendar, minha amiga Megumi me ensinou a Torta Preguiçosa de Bananas. Divina e maravilhosa.

O outro ingrediente é leite condensado e como não poderia deixar de ser, a saudade de casa apertou quando ví meu querido Leite Moça. Lembrei de quando era criança e adorava fazer dois furinhos na latinha e me deliciar com ele assim, purinho.

Torta Preguiçosa de Bananas

10 colheres (sopa) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de açúcar
2 ½ colheres (sopa) de margarina ou manteiga
1 colheres (sopa) de fermento em pó
1/2 colher (sopa) de canela em pó (pode aumentar se preferir)

Mexendo com um garfo, faça uma farofa com todos os ingredientes e ponha em forma untada. Em seguida, fatie 6 ou 7 bananas, bem maduras, ao comprido e coloque lado a lado em cima da farofa. A espessura das fatias e a quantidade de bananas pode aumentar ou diminuir conforme o gosto.

Em uma tigela misture 4 ovos grandes inteiros, ½ lata de leite condensado e ¼ de xícara de leite. Coloque a mistura sobre as bananas. Se desejar, espalhe o resto do leite condensado por cima e asse por 35 a 40 minutos em temperatura média 350˚ F (mais ou menos 200˚ C, se não estou enganada). Fazer o teste do palitinho.

Fim de Semana

Talharim integral

Nos finais de semana, gosto de preparar receitas rápidas como talharim integral e molho de sardinhas com anchovas, duas coisas que meu marido adora.

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Às vezes, acrescento verduras ao molho pra incrementá-lo, mas acho melhor assim simples, acompanhado de queijo parmegiano regiano ralado. Sei que muitos consideram um pecado servir molho de frutos do mar com queijo mas eu gosto da combinação.

O Pão Nosso de Cada Dia

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Afinal resolvi criar o blog. Há muito tempo que uso a Internet como fonte de novas receitas e sempre visito blogs de comida. Só agora decidi encarar o desafio de manter um próprio.

Para o primeiríssimo post umas das coisas que mais sentia falta aqui nos EUA, pão. De manhã e de tardinha, aquele pão fresco, quentinho e crocante, direto da padaria da esquina. Infelizmente, padaria não tinha perto de casa. Um dia, assisti uma programa sobre pães na televisão. Achei tão simples que decidi botar a mão na massa.